domingo, 21 de fevereiro de 2010

Salva de palmas

Dá licença porque hoje eu faço 36 anos. Isso mesmo: 36.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Estica e puxa

- Vou comer um pedaço de doce de mocotó, já venho.
Ela entendeu na hora. A mulher havia voltado da viagem ao interior. Passaram o Carnaval todo trocando torpedos. Dos mais inocentes (e aí?) até os mais indiscretos (você já está de camisola?). Não sei se ela curtiu a viagem. Mas a viagem dela, para nós, foi excelente. Não é sempre que se pode exercitar uma paixão de maneira tão infantil assim.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Está acontencendo

Claro que ia acontecer de novo. Estava na cara e só eu não percebia. Até que veio o alerta de uma amiga:
- Medo de se reapaixonar? Você já está apaixonada por ele e faz tempo. Querida, você só fala dele, das coisas que conversam, das histórias. Se isso não é paixão, então, eu não sei mais o que é.
E eu falei pra ele que "isso" que acontecia com a gente vinha me assustando cada vez mais porque a gente não podia concretizar esse isso forte pra caramba pelo simples fato de ele ser casado e da gente já ter decidido que não, que não ia entrar numa vibe de casinho porque gostávamos muito da nossa história do jeito que ele era. Só que a porra da encruzilhada chega e é preciso tomar uma resolução e ele chega e fala:
- Mas "isso" é um mistério pra mim, também, colocando areia em todas as minhas teorias de pessoa que gosta de racionalizar até o último fio de cabelo. Só que é muito louco porque eu acabei de falar pra ele que por enquanto isso (nós) vamos ter que esperar pra resolver, acontecer, viver, porque no momento temos outras demandas mais importantes e ele concorda. Porque não queremos ser mais um problema um para o outro. Então, mais uma vez, isso vai pra debaixo do tapete. E eu simplemente não sei o que fazer, porque a faxineira vai limpar isso alguma hora e aí alguém vai se perder - e eu tenho quase certeza absoluta que serei eu de novo a passar por todo aquele sofrimento. Porque meu único medo nesse "isso" todo é perdê-lo da minha vida mais uma vez, como aconteceu há 12 anos. E que eu tive que lutar muito para achá-lo e resgatá-lo no meio de mágoas, tristezas, decepções, para transformá-lo em alegria e no mais puro e sincero amor.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Muito mais

Eu sou uma pessoa que não vive nesse mundo. Isso é algo tão certo como dois e dois igual a quatro. A questão não é ser atrapalhada, distraída. Na verdade, meu raciocínio não é lógico como dois e dois são quatro. Na minha cabeça, dois e dois podem ser cinco, ou seis. E tá tudo certo. E eu vou contar isso em algumas histórias que rolam na minha vida. Quando eu era mais nova, me incomodava bastante isso. Só que hoje, a 20 dias de completar 36 anos, eu me divirto. E se tem algo que aprendi é que rir de si mesmo é sinal de amadurecimento, auto-conhecimento.

Eu me mudei em agosto de 2008 e só descobri há um mês que o nome do prédio onde moro é Santana e não Anchieta, como eu jurava ser. E isso só aconteceu porque eu precisei ligar pra lá outro dia. E detalhe: no meu celular, está gravado PRÉDIO ANCHIETA.
- Edifício Santana, boa tarde, diz a voz.
- Não é do Anchieta?, eu pergunto.
- O Santana fica na Rua Padre Anchieta...
E aí eu reconheci a voz da porteira e me dei conta que a imagem IMENSA da Sant´Anna é uma referência ao nome do prédio e não uma preferência da síndica, que eu acreditava ter colocado aquilo lá por pura fé e devoção, e a quem eu chamava de Sunta apesar do nome da mulher ser Santa.

Minha mãe comprou uma geladeira nova e no freezer tinha aquele bagulho de fazer gelo. Um dia, vejo minha irmã colocando água lá e pergunto:
- Por que você tá colocando água no freezer?
- Ué, Querida (já com cara de riso), pra fazer gelo.
- Mas precisa colocar água?
E ela cai na gargalhada.

Na lista de material, o pedido de uma caixa de altura tal. Vejo na loja uma linda caixa de papelão, toda rosa. "A cara da filha", penso eu. E compro a caixa. Começam as aulas e vem o bilhete da tia: Mamãe, a caixa não cabe embaixo da mesa. Na mesma hora eu penso: vou ter que providenciar outra, não acredito, já com a fita na mão medido minhas caixas de sapato. Quando minha irmã vira e diz:
- Querida, por que você não corta e deixa na altura certa?
- Ah é.

Compro linguiça dessas defumadas da sadia e vou fazer. Pra fritar linguiça tem que colocar óleo, que eu saiba. Encho uma panela com óleo, espero esquentar e as linguiças explodem. Um caos na cozinha. Ligo pra minha mãe:
- Mãe, como você frita essas linguiças defumadas?
- Ah, coloca só um pouquinho de óleo. O idela é cortar ao meio. Elas já são defumadas, é mais pra dourar
- É que eu coloquei metade de óleo na panela, mãe.
Gargalhadas ao fundo, claro.

E o mais doido disso tudo? É que se as pessoas não tivessem me corrigido, me contado, me ajudado, eu continuaria achando que moro no Anchieta, que não precisa de água pra fazer gelo (imagina, tão simples assim fazer gelo, só água. Devia rolar algum mecanismo muito especial), aquela caixa estaria encostada e continuaria enchendo a panela de óleo pra fritar linguiça defumada. Sou burra não. Só não pertenço mesmo a esse mundo de pensamentos lógicos. É isso.

E esse post é pra vc Ailton, o meu leitor mais fiel e o único que tem tido saco pra mim ultimante. Porque você merece dar um sorriso.