Eu sabia que ele estava estranho. Mesmo pelo MSN, o conheço pelo cheiro. A tarde toda lacônico e até um pouco seco. Achei que estava assim pelo momento pessoal complicado. Está sem emprego fixo e correndo atrás de frilas e mil e um projetos para pagar as contas e sustentar a mulher (que não trabalha) e o filho de 10 anos. Respeitei seu azedume e me coloquei à disposição para o que precisasse. Ele saiu do MSN, dizendo que iria comprar pão. Eu também saí. E quando voltei ele apareceu em seguida.
- O pão tava gostoso?
- Não comi. Estou sem fome.
- Ah, tá.
E aí eu entendi tudo:
- Meu casamento está ruindo, Querida. Tá foda.
- Sério mesmo?
- Sabe quando acabou, mas você ainda não sabe quando vai acabar?
- Sei. Você fica no cinema esperando um outro filme, uma outra história, mas só vê os letreiros passando.
- O que eu faço?
- Espera chegar a hora.
- E quando vai ser isso?
- Você vai saber, a gente sempre sabe.
- Posso te pedir uma coisa?
- Todas, tu sabe disso.
- Fica do meu lado. Vou precisar de você mais do que nunca.
- Eu tô do teu lado. Segurando sua mão, nesse exato momento. E saiba que eu amo tu.
- Eu também te amo, Querida.
-
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
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2 comentários:
caramba! nem quero imaginar a situação dele.
pois é... casamento começa quando os dois decidem que vão ceder um pouco da sua individualidade em prol do casal e só acaba mesmo quando os dois não querem ou quando um se cansa de se anular.
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