segunda-feira, 26 de abril de 2010

Redoma

Meu marasmo sentimental já dura um bocado, todo mundo aqui sabe. Mas agora ele atingiu um nível mais amplo. Porque até pros casinhos eu dei tchau - apaguei número de celular, bloqueio no MSN, cortes em torpedos. A realidade é o que a minha paciência acabou. Se ela, que nunca foi lá minha companheira, resolveu arrumar suas trouxas e definitivamente ir embora. Mas tem sempre alguém que é ligado em clichês comentar: é porque você ainda não encontrou alguém. É falar isso pra eu penser: puta pessoa comum, essa. Porque não é assim. Chegamos a uma fase que mesmo as escolhas emocionais são pautadas pela racionalidade, pelo bom senso. Não vai chegar um cara e mudar minha vida de uma hora pra pra outra. Não vai, eu tô ligada. E eu tenho exemplos bem concretos de amigas que se separaram e estão namorando. E vejo que a vida se repete pra elas. Só que eu não tenho o menos saco. Sabe aquele lance de decidir o que vamos fazer no sábado à tarde, se vai ser filme e que filme, se vamos comer pizza ou japonês, e todo aquela conversinha? Pois é, num rola. Sábado à tarde adoro chegar da praia depois da minha cerveja e do almoço com os amigos, tomar um banho, dar uma dormida e voltar pra rua. E tá pra nascer homem que curta tal programa. Porque eu não conheço. Da turma que eu frequento tem uns assim, até. Um tem namorada, o outro é casado e os outros gays. E se tem uma coisa que me incomoda é saber que vou ter que fazer isso e aquilo pra agradar o fulano. Já imaginou, a essa altura do campeonato, eu de mãos dadas no shopping sábado à tarde? Arrepia a alma. Bom, mas o inverno chega e a praia é substituída pela feijoada, pelos papos. Porque é um milhão de vezes mais divertido sair com gente legal, engraçada, na mesma onda do que a sua, do que com namorado, marido, amante e o caralho que faz cara feia disso, que não gosta daquilo. Tá certo, pinta uma solidão, uma vontade de aconhego? Pra caramba. Às vezes essa merda até doi. Mas daí vc lembra dos pelos que homem solta pra tudo voltar à normalidade... Não sou uma mulher sozinha. Longe disso. Se eu tiver vontade de sair com algum cara pra satisfazer alguma carência, faço sem crise de consciência, sem nem me preocupar com o que ele está pensando, faço porque estou a fim. Bem simples. Além disso, tenho uma criança de 7 anos pra cuidar. Levar na natação, no inglês, no jazz, na escola, ver lição, dar bronca, atenção, jogar Cuca Legal. Tenho família, amigos lindos e uma profissão que me preenche. E no começo do ano eu desejei viajar muito a trabalho, o que está acontecendo. Mês passado fui pro navio, esse mês passei quatro dias no Rio e mês que vem, se tudo der certo, espero viajar de novo. E enquanto não chega o tempo de eu querer alguém (e nem sei se esse tempo vai chegar) eu convivo comigo, por hora, minha melhor e mais sincera companhia.

3 comentários:

.ailton. disse...

taí. agora eu concordo em gênero, número e grau com vc.
:)

Maria disse...

existem as pessoas metades e as pessoas inteiras. bem importante é saber de que lado você está :)

Dani disse...

Faço minhas as suas palavras...
bjs