sexta-feira, 18 de junho de 2010
Dia 17 de junho
Engraçado como a gente sabe quando esses momentos chegam. E dá para lembrar do dia e até da roupa. Comigo, pelo menos, sempre foi assim. Quando ele falou: fecha a janela porque senão os pernilongos vão te pegar, cara, enconstando a mão na minha perna, eu soube que me apaixonaria a seguir. Dito e feito. Vivemos mó história bacana. Dessa vez, tantos anos depois não foi diferente. Teve, sim, o dia em que isso aconteceu. Especialmente com ele (já um outro ele). Recebi sinais desde o ano passado. Flashes que vinham e ações. Por exemplo: deu meia-noite, 1º de janeiro, e o primeiro torpedo foi pra ele. Mas até aí não havia me tocado. Mas no dia seguinte que cheguei da viagem do navio, no dia 18 março, meu Pai do céu. O fatídico momento. Eu tava de bermuda jeans, uma blusa creme e uma anabela. Meu labirinto ainda afetado por causa do balanço do navio. Ao vê-lo entrar na redação, o estômago mexeu, a perna tremeu. Ele estava lindo. E aí o depois nada foi como era antes. Tentei ficar longe dele por duas vezes. Na primeira até mandei um e-mail. Não adiantou. Na segunda, disse olhando no olho dele: vamos ficar longe um tempo. "Não vá embora. Não agora que estou caminhando na ponte que você ajudou a construir", ele implorou. Eu fui, mas acabei voltando, pois sou fraca, sou humana, porque o amo. Na quarta, quando ele me deixou na porta do meu prédio depois de ter ido me ver dando minha última aula no curso de pós, a gente se beijou. Não era o mesmo beijo de 15 anos atrás, que eu jurava lembrar. E ontem, quando ele subiu na minha casa, tanto eu quanto ele, nem de longe parecíamos as mesmas pessoas que ficavam juntas na época da faculdade. E tudo o que aconteceu só fez acrescentar mais tempero à maravilhosa história de uma vida: cheia de amizade, intimidade, cumplicidade, amor de verdade. "Eu não vou encostar nessa maçaneta porque quero voltar", me disse antes do último beijo e do último carinho.
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2 comentários:
então a vida é bela!
Vai fundo (se é que isso é possível e aproveita! Aproveita porque a vida é curta, porque viver isso é muito bom e porque tudo isso faz com que a gente se sinta muuuuito bem! Poderosa, eu diria. Vai amar!
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