Fui chamada para ir num aniversário outro dia desses. A mãe de um amiguinho de escola da filha.
- Vou fazer um bolinho lá em casa hoje. Leva a filha para ela brincar com o filho. Ah, não chamei ninguém da escola.
- Claro, iremos sim. Me passa seu endereço. Precisa levar alguma coisa?
- Ah, cada um vai trazer uma comidinha, uma bebidinha.
- Ótimo, pode deixar. Até mais tarde.
Saí do trabalho e passei no supermercado. Aí fiquei pensando no que levar. Achei que não seria conveniente levar cerveja. Aí optei por um vinho. E comprei um tinto, algumas torradinhas, patês. Levei, ainda, um bolinho, um vasinho de flores e coloquei tudo numa sacola retornável dessas compradas no próprio supermercado. É de bom tom nos dias de hoje, eu pensei.
Cheguei lá na festa, tinha um monte de gente estranha. A casa era uma zona. Tinha tudo para ser uma graça, pois era uma chalezinho. Mas eu sei lá que diabos ela fez que deixou a casa uma confusão total. Tudo era esquisito.
Os convidados. Jovens, coroas, sapatões, mulheres finas, homens, viados disfarçados, viados assumidos. Eu não sei de onde aquelas pessoas se conheciam, mas todos pareciam muito à vontade uns com os outros, apesar das evidentes diferenças.
A comida. Bom, não tinha quase nada pra comer. E minhas torradas e patês acabaram segundos depois de colocadas à mesa. De vez em quando aparecia um pratinho de esfiha, um de pão de queijo, que sumiam imediatamente.
A bebida. Refrigerante e groselha. Bebida alcoólica, nem pensar. O vinho que eu levei? Ficou na cozinha, quase que eu pedi de volta. Eu, que não gosto de refrigerante ou de groselha, fiquei na água.
O papo. Ouço duas moças conversando sobre mim.
- De onde ela é? A (aniversariante) já não levou ela lá?
- Não, respondeu a outra.
- Lá onde?, questionei, querendo dar uma de simpática.
E as duas simplesmente me olharam e se calaram.
Outra tentativa de papo.
- Ela é jornalista, diz a aniversariante para um cara.
- Eu fiz seis meses de jornalismo, mas larguei a faculdade porque jornalista é tudo bêbado e louco.
- E agora você faz o quê?
- Virei ator.
- Ah... entendi. Você não quis ter fama de bêbado e louco então preferiu carregar outro estigma, né?, disse rindo, mas pra cutucar.
- De quê?
- De drogado e viado, porque essa é a fama de ator.
E depois de uma hora dentro daquela casa, em que o tempo se arrastava, eu decidi ir embora. Virei pra aniversariante, agradeci e falei que teria de acordar cedo no dia seguinte. Peguei meu telefone, liguei pro táxi e fui pra casa. No caminho, a raiva: caraleo, por que essas coisas acontecem comigo? Gastei uma puta grana (vinho, patês, torradas, bolinho, florzinha, sacolinha, táxi ida e volta) e não consegui dar uma risada a noite toda. É phoda. com ph mesmo, pra ficar mais phino.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
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4 comentários:
tu és muito corajosa de ter ido. eu, que nao gosto de sair de casa, principalmente para ir pra festa, e mais ainda, de gente desconhecida, nunca teria ido.
eu teria dado uma descula esfarrapada qualquer. e ficava em casa, embaixo das cobertas mesmo.
mas a reposta que tu deu ao ator foi muito phoda! eheheheh
tá de sacanagem que isso foi verdade?
vc foi usada apenas para levar sua filha pra distrair o filho dela, só pode!
e a pergunta que não quer calar: LÁ AONDE? hehehehe
Ailton: eu já sou ao contrário. Adoro uma rua, conhecer gente. Sou sociável e dada (risos).
Maria: foi sério, muito sério. E minha filha não era a única da festa. Ainda não entendi o convite e quando encontrá-la (porque a gente se encontra nas festinhas da escola) nem sei o que vou falar. Capaz de nada, né? E na boa, eu prefiro não saber onde é o tal LÀ.
É, melhor não!
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